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Cabral, A. M. Pires, 1941-
Memórias da caça / A. M. Pires cabral. - Vila Real : Minerva Transmontana (4ªs Jornadas Camilianas), 1987. - 11 p. ; 21 cm. - Digo a Vossenhorias, era tão esperto como senhor do seu nariz. Trabalhava como um galego para me pôr a caça a tiro, mas lá pixotices não admitia. Filho da mãe! Só le faltava mesmo falar. Coitadinho. Morreu-me cego, os olhos vidrados, sempre a embarrar nos trastes da casa, a meter fastio a toda a gente, salvo a mim, que sabia que espécie de fazenda ali estava. E eu - perdoem-me Vossenhorias e perdoe-me o Pai do Céu, se peco - inda hoje, ao lembrar-me dele, como agora assucedeu, e do que passámos juntos os dez anos que viveu, dá-me vontade de dizer: - Que o deus dos cães o tenha à sua mão direita.
Literatura Portuguesa -- Conto
CDU 821.1345.3-34
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