E a política fez o homem... tal como é. Se alguém reparou que a política e os seus governantes modelam decisivamente os povos, esse alguém foi Rousseau. Firme partidário de taxar as grandes fortunas, defendia que a coesão social passava por propiciar uma classe média, erradicando-se simultaneamente a indigência e a opulência. Foi músico, romancista, politólogo, filósofo moral, pedagogo, botânico e inaugurou o género autobiográfico. Iluminista atípico, o culto da razão, próprio do seu tempo, não implica esquecer o papel das emoções. Daí que os seus textos servissem de inspiração tanto a Kant como ao romantismo. Robespierre idolatrou-o, muitos viram nele o pai intelectual da Revolução Francesa, mas também foi considerado um antepassado de Marx, havendo ainda quem o considere precursor dos totalitarismos. O máximo interesse de Rousseau consiste em ter sabido vislumbrar todas as encruzilhadas que caracterizam a época moderna: a nossa. |
|